Cerca de trezentos rodos especialmente confeccionados por reeducandos do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, mais conhecido como Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, foram doados para auxiliar na limpeza das áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Os rodos serão usados para remover a lama deixada pelas inundações, um esforço crucial para a recuperação das comunidades afetadas.
A produção desses rodos foi realizada pela empresa Pilatte Cadeiras, que tem um convênio com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) para a ocupação da mão de obra prisional há mais de 10 anos.
A entrega dos rodos aconteceu nesta quarta-feira (29), no Centro de Convenções Albano Franco, para que sejam levados até o estado do Sul do país.
Normalmente, a Pilatte Cadeiras, instalada dentro de uma das maiores penitenciárias de Mato Grosso do Sul, dedica-se à produção de cadeiras de fios.
No entanto, sensibilizado pela situação das enchentes no sul do país, o empresário Luiz Carlos Pilatte decidiu desviar temporariamente a produção para a confecção dos rodos, demonstrando um espírito de solidariedade e responsabilidade social.
A confecção dos rodos envolveu três internos diretamente na produção e outros reeducandos participaram do processo de carregamento das peças no caminhão, que transportou a doação até o local de entrega.
Durante a confecção dos rodos, foram feitos testes de eficiência na remoção de lama. Esta iniciativa não só forneceu ajuda essencial às áreas atingidas, como também destacou a importância da reintegração dos apenados através de trabalho produtivo e remunerado.
A empresa opera dentro da penitenciária produzindo cadeiras de fios, onde os reeducandos transformam pó de etileno, fibras de junco e ferragens em objetos de descanso e decoração, vendidos tanto dentro quanto fora do estado. A parceria com a empresa oferece aos apenados ocupação produtiva, remuneração e a possibilidade de remição de pena, permitindo-lhes adquirir habilidades que podem ser valiosas após o cumprimento de suas sentenças.
Para o diretor do EPJFC, Milson da Silva Caetano, a iniciativa não só demonstra a capacidade de adaptação e solidariedade das empresas envolvidas no sistema penitenciário, mas também demonstra a importância da utilização da mão de obra prisional em projetos que beneficiam a sociedade, promovendo a ressocialização dos detentos e contribuindo para causas humanitárias urgentes.
“Com essa ação, fica evidente o impacto positivo que a ocupação produtiva pode ter, tanto na vida dos reeducandos quanto na sociedade, promovendo uma reintegração mais humanizada e eficiente, além de mostrar o valor das iniciativas de responsabilidade social corporativa em tempos de crise”, afirma o dirigente.
A ação social, na opinião do diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, é um exemplo de como a união de esforços pode gerar benefícios concretos para a sociedade.
“Além de contribuir para a recuperação das áreas atingidas pelas enchentes, estamos proporcionando aos internos uma oportunidade de aprendizado e ressocialização. Através do trabalho, eles podem reconstruir suas vidas e devolver algo positivo para a comunidade”, finaliza.
Keila Oliveira, Comunicação Agepen
Fotos: Divulgação Agepen