Prefeitura e Universidade de Columbia anunciam segunda edição do programa Jovens Negociadores pelo Clima – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro sediará mais uma edição do programa Jovens Negociadores pelo Clima, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC), em parceria com a Climate Hub Rio, da Universidade de Columbia, o Observatório Internacional da Juventude (OIJ) e o Instituto PerifaLab. O lançamento da segunda edição do programa foi realizado nesta quinta-feira (20/6), no Palácio da Cidade, em Botafogo. Participaram da cerimônia o prefeito Eduardo Paes, o secretário municipal da Casa Civil, Lucas Padilha, a secretária municipal de Meio Ambiente e Clima, Eliana Cacique, a vereadora e ex-secretária de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula, Thomas Trebat, diretor do Columbia Global Center Rio, além de jovens que estiveram na primeira edição do Jovens Negociadores pelo Clima.
– O tema das mudanças climáticas passou a ser um assunto relevante e de grande preocupação da população. E isso consolida algo que eu acho que é o objetivo desse programa: como a gente entra numa base social, que obviamente tem uma curiosidade sobre o tema, mas tem muito pouco lugar de fala. O que criamos aqui, como governo, como poder público em parceria com outras instituições, é um grupo de pessoas que vai estabelecer instrumentos de pressão. O debate, a pressão política, essa oportunidade que se abre aqui, é a criação de uma massa crítica para que esse tema seja realmente enfrentado por conta da sua gravidade – afirmou Eduardo Paes.
Após o sucesso da primeira edição, em 2023, a iniciativa retorna ao Rio a fim de capacitar 100 jovens líderes cariocas, especialmente aqueles provenientes de periferias, negros, indígenas e LGBTQIA+, como negociadores climáticos eficazes, representando as perspectivas e urgências da juventude brasileira na Agenda do Clima do Brasil e da ONU. Por meio de atividades práticas e teóricas, o programa desenvolverá habilidades para a participação em debates climáticos em níveis local, regional e internacional. O objetivo é equipar os jovens líderes com o conhecimento técnico, habilidades de negociação e capacidade de engajamento e persuasão necessários para defender efetivamente a Agenda do Clima do Brasil e os direitos das comunidades vulneráveis.
– Lançamos a primeira edição em 2023 e, este ano, a gente dobra o número de jovens atendidos. A ideia é que formemos 100 jovens no debate teórico e prático. O mais importante é que a gente consiga transversalizar esse debate internacional da mudança climática a partir do território desses jovens, do lugar de onde eles vêm e se encontram. A Universidade de Columbia é uma parceira desde o ano passado quando a gente formulou esse programa. Os jovens participaram dos Diálogos Amazônicos e da COP 28. Esses jovens, hoje, estão atuando na iniciativa privada, nas organizações de sociedade civil. Então, já temos jovens formados pelo programa cumprindo a missão de multiplicar o debate das mudanças climáticas, o debate do Brasil e o debate do mundo – disse a secretária municipal de Meio Ambiente e Clima, Eliana Cacique.
O programa é destinado a jovens entre 18 e 29 anos, residentes em favelas e periferias do Rio, que possuem acesso à internet e tenham concluído o ensino médio na rede pública. Os candidatos devem ter disponibilidade para aulas aos sábados, das 10h às 13h, entre 20 de julho e 30 de novembro, além de disponibilidade para encontros de monitoria ao longo do programa. As inscrições podem ser feitas no link disponibilizado no Instagram da Secretaria de Meio Ambiente e Clima (@meioambienteclima.rio) até o dia 4 de julho.
– Ver a continuidade do programa Jovens Negociadores pelo Clima acontecendo e ganhando um novo tamanho é prova do quanto precisamos colocar esses jovens no centro do debate climático. É a hora de a periferia falar pela periferia – afirmou Tainá de Paula.
A formação dos jovens contará com quase 40 horas de aula, ministradas por referências nacionais e internacionais no tema de mudanças climáticas, incluindo questões relacionadas à justiça climática e à participação de juventudes e de grupos desproporcionalmente afetados pelas mudanças do clima em espaços de tomada de decisão. Para garantir a participação na formação, os jovens receberão bolsas-auxílio no valor de R$ 300 durante esse período. A delegação selecionada para participar de negociações internacionais na COP 29 receberá uma bolsa de R$ 1.000 para despesas referentes à viagem, incluindo emissão de passaportes.
– A parceria entre a Universidade de Columbia e a Prefeitura é fundamental. A Universidade traz os recursos e se alia com uma Prefeitura muito comprometida com o assunto da mudança climática. O Rio de Janeiro tem uma posição de protagonismo no combate das mudanças climáticas para as cidades ao redor do mundo, sobretudo para as cidades do sul global, que com menos recursos enfrentam e encaram desafios enormes em termos de eventos extremos e outros impactos da mudança climática. O futuro do planeta, sem exagero nenhum, depende dos jovens. Essa geração que estamos ajudando, treinando vai ser a geração da antimudança climática. Temos o interesse de dar voz a esses jovens, dar conteúdo. Que eles percebem os problemas e ajudem na busca de soluções. Esse programa, entre muitos projetos que fazemos com a Prefeitura, é o que mais me inspira – declarou Thomas Trebat.
A edição de 2023 recebeu mais de 400 inscrições, tendo sido selecionada uma turma de 50 jovens. As aulas foram ministradas por professores renomados, inclusive da Universidade de Columbia, diplomatas brasileiros e ativistas climáticos. Dos 50 jovens formados, três participaram dos Diálogos Amazônicos, em Belém (PA), e cinco marcaram presença nas negociações da COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Na COP 28, os jovens estiveram com o prefeito Eduardo Paes em atividades sobre o papel dos governos municipais no enfrentamento à crise climática e uma das jovens da delegação, Marcele Oliveira, apresentou ao presidente Lula uma carta das juventudes sobre o futuro do clima no planeta.
– Participar dos Jovem Negociadores pelo Clima foi abrir muito mais o horizonte sobre o ativismo climático. Muitos jovens já pautavam a questão climática sem saber que estavam falando sobre o clima. O programa aumentou minhas caixinhas de ferramenta pra poder discutir políticas públicas pautando a agenda climática. A juventude periférica, com suas pluralidades e inquietações, falava de clima sem entender o que era clima. O programa me fez entender como a rede que criamos pode articular e discutir a agenda climática. E também me abriu oportunidades. Eu fui para Belém e conheci outras juventudes. Também participei da COP 28, uma grande experiência. Lá, eu pude ver como são feitas, de fato, as negociações – disse Thaynara Fernandes, de 28 anos, moradora do Complexo do Jacarezinho e participante da primeira edição do programa.